segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Senado virou um ringue

Um debate interessante no Senado. Renan enfrenta Pedro Simon, que o ataca usando Collor, que reage chamando-o de "parlapatão" (embusteiro, vaidoso, impostor). Um ringue de ataques pessoais impressionates. Collor ofegava de raiva. Um vídeo para ser visto e pensando:



Collor estava com a respiração arfante, demonstrando ingente incômodo com a referência ao seu nome feita por Pedro Simon. Os seus olhos saltavam da órbita, conjugando-se com as feições embaraçadas, tesas, emulando o seu opositor. A fala carregada, revelando incontida emoção, trouxeram de volta ao ringue o "velho" Fernando Collor. Foi o primeiro embate seu no Senado, em quase 3 anos de mandato completos. O leve embate com Ideli Salvati, em que tripudiou indiretamente chamando-a de galinha, foi nada diante do arregaço com o senador gaúcho, até mesmo pelo contexto do conflito e pelo valor simbólico que Simon passou a ter em um Congresso Nacional malvisto pela sociedade brasileira.

Renan cumpriu melhor o seu papel, indo para o embate em defesa de Sarney, porém com a poderação que os anos de Senado lhe ensinaram. Quase conseguiu desestabilizar o experiente senador gaúcho, que terminou sendo defendido por seu pares nos petardos desferidos por Collor.

Vamos ver os desdobramentos da crise. Uma coisa é certa: há dois cenários diferentes em questão: o interno, em que os defensores de Sarney têm maioria, são apoiados por Lula e poderão nadar de braçadas; e o externo, em que a opinião pública terá papel decisivo, sobretudo com a aproximação das eleições. A oposição sabe que pode perder no curto prazo, mas terá grandes dividendos no longo prazo. A questão é: Lula topará pagar essa conta até quando? A resposta bem pode estar na CPI da Petrobras.

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