Sarney a cada dia mergulha nas águas turvas das mazelas do Senado, agora com um complemento: a Fundação José Sarney passou a ser alvo também, sobretudo agora que se sabe que a Petrobras fez-lhe uma doação para a aplicação em atividades que, consoante se noticia, não foram realizadas. Mais ainda: os recursos terminaram em empresas de fancaria e nas empresas de comunicação de propriedade do presidente da Alta Câmara.
Já disse aqui que a crise do Senado é, na verdade, a crise do parlamento como um todo, de um modelo que vem agonizando há algum tempo e que, mais cedo ou mais tarde, haverá de ser reformado. A bem de ver, em nada difere o que hoje se assiste no Senado com o que já foi protagonizado pela Câmara dos Deputados desde a notória CPI dos Anões do Orçamento. E se os costumes não mudaram é porque, na verdade, eles sempre foram proveitosos para a maioria dos parlamentares, que chegam ao parlamento com sonhos e caem na realidade do bom viver encontrado. Entre os sonhos e a realidade, esta é bem melhor que aquele. Sonhar é estar no parlamento...
Sarney apega-se ao cargo, não mais pelo poder, penso eu, mas para evitar a suprema humilhação no alto entardecer da vida pública. Seria para ele um desastre a renúncia àquela cadeira azul de elevado dossel, justamente quando a sua vida pública chega aos seus últimos anos, devido a já avançada idade do coronel maranhense. E a sua história política parece agora entrar em uma intrincada teia de corrupção, denúncias, patrimonialismo e favorecimentos a familiares, como a pintar um quadro cubista, retratando o seu legado político.
Em política, há morte e ressurreição. Fernando Collor de Mello, Renan Calheiros, Ibsen Pinheiro, José Dirceu, Roberto Jefferson, apenas para falar dos casos recentes, demonstram que morrer politicamente não significa o ponto final de uma história. Porém, para José Sarney, cuja vida política foi vitoriosa por qualquer ângulo que se possa examinar, é possível que não haja tempo para a volta daquele que, a cada dia e em praça pública, se esvai em sangue e vergonha.
Já disse aqui que a crise do Senado é, na verdade, a crise do parlamento como um todo, de um modelo que vem agonizando há algum tempo e que, mais cedo ou mais tarde, haverá de ser reformado. A bem de ver, em nada difere o que hoje se assiste no Senado com o que já foi protagonizado pela Câmara dos Deputados desde a notória CPI dos Anões do Orçamento. E se os costumes não mudaram é porque, na verdade, eles sempre foram proveitosos para a maioria dos parlamentares, que chegam ao parlamento com sonhos e caem na realidade do bom viver encontrado. Entre os sonhos e a realidade, esta é bem melhor que aquele. Sonhar é estar no parlamento...
Sarney apega-se ao cargo, não mais pelo poder, penso eu, mas para evitar a suprema humilhação no alto entardecer da vida pública. Seria para ele um desastre a renúncia àquela cadeira azul de elevado dossel, justamente quando a sua vida pública chega aos seus últimos anos, devido a já avançada idade do coronel maranhense. E a sua história política parece agora entrar em uma intrincada teia de corrupção, denúncias, patrimonialismo e favorecimentos a familiares, como a pintar um quadro cubista, retratando o seu legado político.
Em política, há morte e ressurreição. Fernando Collor de Mello, Renan Calheiros, Ibsen Pinheiro, José Dirceu, Roberto Jefferson, apenas para falar dos casos recentes, demonstram que morrer politicamente não significa o ponto final de uma história. Porém, para José Sarney, cuja vida política foi vitoriosa por qualquer ângulo que se possa examinar, é possível que não haja tempo para a volta daquele que, a cada dia e em praça pública, se esvai em sangue e vergonha.
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