quinta-feira, 30 de julho de 2009

Greve: falam os estudantes

Os estudantes falam sobre a greve dos professores e reagem contra esse crime praticado contra a infância e juventude. Falam sobre o descaso do sindicato, que mais uma vez parte para uma medida radical sem analisar os efeitos colaterais. E que efeitos seriam esses?

O Governo do Estado já anunciou que, com a greve, cerca de oito mil estudantes do Ensino Médio de 17 municípios alagoanos, que estariam sendo transferidos e matriculados na rede estadual, no início do mês de agosto, podem perder o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado em outubro.

E com os alunos fora da sala de aula, será inviabilizada uma série de ações interligadas, como a renovação da matrícula para 2010 e a finalização do Censo Escolar, ambos previstos para o mês de agosto.

Sem a matrícula e o Censo – até o momento apenas 40% das escolas concluíram os dados –, Alagoas vai perder recursos para o financiamento do setor para o próximo ano, inclusive para o pagamento dos próprios professores.

É o custo-aluno que determina o quantitativo de recursos para Estados e Municípios, com o agravante de que a principal fonte de recursos para a Educação no país – o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) – sofre com a perspectiva de redução devido ao impacto da atual crise financeira.

Sobre as reivindicações da categoria, o Governo adianta que o assunto é debatido por uma mesa de negociação e um comitê vai ser instalado para buscar soluções para as solicitações dos professores e servidores.

Fonte: Tudo na Hora (aqui).

A greve poderá mutilar alunos que poderiam realizar o ENEM, porta de entrada para uma universidade. Vai atrapalhar o censo da educação, desestimulando os estudantes, com a consequente perda de recursos federais do Fundeb para o exercício de 2010. Um crime contra os alunos e contra os próprios professores, porque a queda de receita do Fundeb repercute diretamente na remuneração a que eles poderiam ter direito. No money, no pay.

Muitos professores não foram na onda dos grevistas e das suas (eternas) lideranças. Preferiram ficar na sala de aula, preocupados com o calendário escolar, que já iniciou tardiamente. Mas o SINTEAL, apesar do discurso progressista, cheio de preocupação social, não liga para as consequências dessa greve inoportuna e irresponsável. Com a palavra, então, os alunos:



E o Ministério Público? Não toma nenhuma atitude contra o excesso sindical?

Um comentário:

  1. Marcos Valério M. Castro31 de julho de 2009 às 00:48

    Realmente uma boa pergunta Adriano. Situações como estas precisam também ser objeto de ação pelo Ministério Público a fim coibir abusos de direitos, velando-se pela regularidade da prestação de serviço público e também pela identidade, vitalidade e legitimidade do movimento sindical, pois seus excessos se não coibidos pelos órgãos competentes ocasionaram sua própria ruína.

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