Nos por de acordo sobre o que falamos é essencial para o sucesso do discurso e do diálogo. Muitas das divergências no seio de uma conversa surgem porque os falantes não se puseram de antemão em acordo sobre o que estavam de fato defendendo ou argumentando.
Defendo a democracia, mas não defendo o regime bolivariano de Chavez. Epa, mas não é ele um presidente eleito pelo povo, tendo inclusive passado por um recall?! Certo, mas quem disse que aquilo lá é democracia? Então, quais os requisitos para considerarmos como democrático um regime? Vamos logo nos por de acordo sobre isso que fluirá melhor a nossa conversa...
A linguagem tem dessas coisas, meus caros. Nos obriga a ia ao encontro do outro, porque não há diálogo sem que haja a aventura do outro, a outridade, a pessoa que se põe diante de mim para que eu me aventure na experiência estranha, no mundo diverso do meu, no profundo mar desconhecido.
Aliás, não é essa mesma a maior aventura do amor? Quem ama, ama o outro por ser outro, por ser diverso, por não se deixar dominar pela tirania do eu. O outro é objeto do amor por ser o alheio, por não se deixar apropriar inteiramente, por ser carne, sangue, alma, sentimentos desejados, porém nunca totalmente aprisionados nas instâncias do eu. Pense na mulher amada. Ela tem a sua história, o seu jeito de olhar, o sorriso, o corpo que fascina... Quanto mais você a ama, quanto mais você a quer, mais ela está a um passo além, porque ela é outra, não se subsume ao seu modo de pensar, àquilo que poderia ser reduzido a uma palavra: dominação.
Dominar não é amar; dominus é ser senhor, dono. Há aí subjugação, não amor. Quem ama se encanta com a diversidade, com a necessidade diária de conquista. Quem ama não se contenta com a relação rasa, com os mesmos assuntos de sempre, com a conversa que não ultrapassa os umbrais da alma amada, dos medos e angústias, dos sonhos e projetos.
Do que estamos falando mesmo? Sei lá eu. Da linguagem, do amor, de nada, de tudo. Para superar o silêncio de dias de trabalho. E aí pespego, para terminar, um texto do livro "Wittgenstein: The Man and His Philosophy":
Defendo a democracia, mas não defendo o regime bolivariano de Chavez. Epa, mas não é ele um presidente eleito pelo povo, tendo inclusive passado por um recall?! Certo, mas quem disse que aquilo lá é democracia? Então, quais os requisitos para considerarmos como democrático um regime? Vamos logo nos por de acordo sobre isso que fluirá melhor a nossa conversa...
A linguagem tem dessas coisas, meus caros. Nos obriga a ia ao encontro do outro, porque não há diálogo sem que haja a aventura do outro, a outridade, a pessoa que se põe diante de mim para que eu me aventure na experiência estranha, no mundo diverso do meu, no profundo mar desconhecido.
Aliás, não é essa mesma a maior aventura do amor? Quem ama, ama o outro por ser outro, por ser diverso, por não se deixar dominar pela tirania do eu. O outro é objeto do amor por ser o alheio, por não se deixar apropriar inteiramente, por ser carne, sangue, alma, sentimentos desejados, porém nunca totalmente aprisionados nas instâncias do eu. Pense na mulher amada. Ela tem a sua história, o seu jeito de olhar, o sorriso, o corpo que fascina... Quanto mais você a ama, quanto mais você a quer, mais ela está a um passo além, porque ela é outra, não se subsume ao seu modo de pensar, àquilo que poderia ser reduzido a uma palavra: dominação.
Dominar não é amar; dominus é ser senhor, dono. Há aí subjugação, não amor. Quem ama se encanta com a diversidade, com a necessidade diária de conquista. Quem ama não se contenta com a relação rasa, com os mesmos assuntos de sempre, com a conversa que não ultrapassa os umbrais da alma amada, dos medos e angústias, dos sonhos e projetos.
Do que estamos falando mesmo? Sei lá eu. Da linguagem, do amor, de nada, de tudo. Para superar o silêncio de dias de trabalho. E aí pespego, para terminar, um texto do livro "Wittgenstein: The Man and His Philosophy":
Um sábio chinês, em um passado longínquo, certa vez foi abordado pelos seus discípulos, que lhe perguntaram o que ele faria se lhe fosse concedido o poder de colocar em ordem os assuntos do país. Ele respondeu: “Eu certamente garantiria que a linguagem fosse empregada com correção”. Os discípulos ficaram perplexos. “Na verdade”, eles disseram, “se trata de um assunto meio banal. Por que o Sr. atribui tanta importância a isso?” E o Mestre replicou: “Se a linguagem não é empregada com correção, então o que é dito não é o que se quer dizer; se o que é dito não é o que se quer dizer, então o que deve ser feito permanece por fazer; e se permanece por fazer, a moral e a arte serão corrompidas; se a moral e a arte forem corrompidas, a justiça não funcionará; e se a justiça não funcionar, então o povo entrará num estado de confusão sem volta".
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