sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Um Mundo Universal

Tenho de quando em vez assistido o impressionante apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus. São coisas impressionantes que se podem ver nos programas, numa sucessão de milagres como nunca antes na história desse país se viu. Cadeiras de rodas são elevadas ao ar por aqueles que estavam impossibilitados de andar por graves enfermidades (tantos são os curados em cada sessão ou culto, que já há os que passaram a ser chamados de "ex-cadeirantes").

A Igreja Universal, diante dessa nova concorrente voraz, passou a acelerar a demonstração das suas curas. Semana passada, por exemplo, um pastor curou um paraplégico, após passar óleo em suas pernas enquanto orava com fervor e, de um modo forte, gritou para que o espírito malígno abandonasse o paciente. E o homem enfermo levantou-se e começou a andar aos gritos de aleluia.

Sou fã, na verdade, de Valdemiro Santiago. O homem é uma figuraça, ri de si mesmo, sabe-se processado aos borbotões por suas peripécias, digo, milagres. E não está nem aí. Continua curando a torto e a direito, olimpicamente detonando câncer, paralisia de toda sorte, dor de cabeça, espinhela caída, "macumbarias" (conforme ouvi um dia desses num programa, que por certo sofrerá processo de associações afro). Uma coisa impressionante.

Sei que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, mas não posso deixar aqui de me lembrar do processo que os líderes da Igreja Renascer respondem perante o STF, cujo voto proclamado pelo Min. Marco Aurélio toca em um ponto importante: no Brasil ainda não existe lei federal definindo o que sejam organizações criminosas, razão pela qual o Apóstolo Hernandez e a sua Bispa podem se livrar de diversas acusações que o Ministério Público lhes imputou.

Bem, o certo é que essas seitas neopentecostais estão crescendo, dando mais do que chuchu na serra. Cada vez que um cadeirante levanta uma cadeira de rodas e grita "aleluia", uma porção de pessoas de boa fé, em crise ou desespero, corre para um templo de uma dessas igrejas, buscando aplacar as suas dores, dispostas a tirar do bolso o seu último real em troca de prosperidade ou de um pouco de esperança. E aí começa o ciclo sem fim, que pode terminar sempre em Nova York.

Saiba mais aqui.


A IURD está espalhada pelo mundo. Cresceu de modo impressionante a partir da pobreza brasileira, sempre com um mesmo método de trabalho, mesmo na Europa (lá também existe desemprego e desespero). Lendo o site da IURD na Espanha, há um link educativo sobre o dízimo. Aprendi que não se pode usar o dízimo para ajudar os pobres, mas apenas para repassar à Igreja. Caberá à Iurd fazer o seu uso da forma que lhe for adequado:



El diezmo no puede ser utilizado aleatoriamente, aunque sea en beneficio de personas pobres y necesitadas. La administración del diezmo cabe exclusivamente a la iglesia, y, los sacerdotes responsables por ella es que deben definir donde y cuando utilizarlo.

Imagine si todos los cristianos utilizaran el diezmo para hacer donaciones o algo parecido, la iglesia no tendría condiciones de funcionar ni anunciar la salvación. El cristiano sincero conoce la necesidad de su iglesia y por eso jamás emplearía su diezmo de manera incorrecta, aunque eso tuviera apariencia de gesto piadoso.

Fonte:http://www.familiaunida.es/diezmo/6-preguntasutiles.html

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