domingo, 15 de novembro de 2009

A advocacia não é gripe

Sobre as eleições da OAB, no dia 27 de novrmbro, uma palavra:

A advocacia é atividade de quem advoga, ou seja, de quem peticiona, emite pareceres, participa de audiências ou sustentações orais, atua no fórum ou em delegacias, sempre em defesa do seu cliente. Essa é, inclusive, a dignidade da advocacia: a defesa cotidiana da cidadania, na maioria das vezes enfrentando inúmeras dificuldades, abusos de poder, autoritarismo, falta de estrutura, assimetria em relação aos órgãos de persecusão estatal. Por isso, sabe o que é a advocacia, as suas agruras e dificuldades, quem a exerce, quem milita no dia a dia, buscando salvaguardar o exercício pleno do direito de defesa, mesmo quando todos, em alguma medida, possam estar contra.

A advocacia, em sua plenitude, seja ela pública ou privada, apenas pode ser compreendida por quem advoga. Não se compreende por ouvir dizer, pela experiência de outros advogados. A advocacia não é gripe, que se pega pelo contato de pessoas próximas. Advocacia é vida, é militância, é labuta, é trabalho duro, extenuante, tanto intelectual quanto físico, pelo tanto de desgaste que gera e de energia que consome. O advogado concursado, que ingressou na carreira pública, sabe o que é advogar quando emite pareceres, quando cumpre prazos, quando se entrega de corpo e alma à defesa do seu cliente, o órgão público para o qual trabalha. Aliás, é por essa razão que algumas carreiras exigem como requisito a prova do exercício anterior da advocacia.

A Ordem dos Advogados, por isso mesmo, merece um advogado militante como seu presidente. Alguém que traz a alma da advocacia pela prática, pela vida, pelas horas trabalhadas no fórum, nos presídios, nas delegacias, nos púlpitos de tribunais. A OAB merece ser dirigida por um advogado que compreenda, a partir da sua própria experiência de vida, as inúmeras dificuldades enfrentadas pelos seus colegas, atuando firmemente, por esta razão, em defesa das prerrogativas dos advogados, que não mais pode ser aviltada por omissão de quem deveria institucionalmente defendê-la.

EVERALDO PATRIOTA tem o meu voto e o meu apoio, justamente por ser um advogado que se fez profissionalmente exercendo a advocacia privada, assim como MARIÉ, a sua vice, dedicou-se à advocacia pública, também. Ambos encabeçam uma chapa que tem como DNA a defesa da advocacia e das prerrogativas dos advogados. Além disso, uma chapa que lutará intransigentemente pela transparência nos concursos públicos, possibilitando a igualdade de oportunidades para os advogados que desejam ingressar na carreira pública.

A OAB precisa de renovação. Não pode ser uma estrutura familiar, porque não representaria aquilo que tanto defende institucionalmente: a alternância de poder, a oxigenação da política. Também não pode a OAB ser trampolim político: o seu presidente não pode pleitear nada além do que representar a sua classe, os advogados e as advogadas alagoanos. Um presidente da OAB, por isso mesmo, não deveria ter filiação partidária, não deveria afastar-se do cargo para pleitear uma candidatura, seja a que cargo eletivo fosse, porque seria desdourar o papel fundamental da nossa instituição.

Quando o dia 27 de novembro chegar, peço o voto na Chapa 2. O voto na renovação da Ordem. O voto na prerrogativa dos advogados. Enfim, peço o voto na Ordem comprometida exclusivamente com a advocacia, na Ordem que lutará pela cidadania. Peço que votemos na Ordem que não será uma sucursal dos órgãos de acusação, mas sim uma intransigente defensora do direito de defesa e das garantias fundamentais da pessoa humana.

Um comentário:

  1. Meu filho, seu pai está emocionado com sua retórica e sensibilidade ao traduzir em palavras o que vivi. Que Deus lhe abençõe sempre.Você muito me orgulha.

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