quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Palavras

As palavras têm sentido, ou não devem ser pronunciadas. Quando falamos, queremos significar algo. Se digo "estou cansado", quero dizer justamente isso. Porque quando falo quero sempre significar algo para alguém; falar é já sempre buscar o entendimento acerca de algo no mundo, salvo quando se fala justamente com a finalidade de ser ambíguo.

As palavras são importantes, portanto, porque são veículos que estão carregados de significados, emoções, sentimentos. Podem ser tão intensas em certos contextos, que se convertem em lâmina. Ferem, rasgam, cavam fundo os recônditos da alma.

Pior do que a palavra dita, talvez, só mesmo aquela silenciada. Aquela que não foi proferida, mas foi pensada pelo falante e intuída por quem seria o ouvinte. É a palavra que não se fez presente, mas a sua ausência é eloquente, quase ensurdecedora.

Sim, as palavras fazem o mundo. Elas constroem a nossa realidade pensada, desmascarando muitas vezes sentidos expressados, que escondem sentidos outros, os reais, que elas, as palavras, por vezes são usadas para disfarçar.

Bem, palavras... Pra que palavras, afinal? Para que a poesia converta a realidade em música, diria o poeta, não sem um sorriso maroto no canto dos lábios.

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