A mulher amada tem um cheiro próprio, único, que invade não apenas as narinas, mas se apodera dos sentidos todos, com a delicadeza de um vulcão em chamas. E faz maciço os sentimentos, como se ganhassem uma vida própria, autônoma.
A pele, os poros, cada pedaço do corpo da mulher amada exala o seu perfume, que não existe em perfumaria outra alguma, que alquimista algum teria capacidade de isolar. É cheiro da natureza, cru, que se adelgaça com o suor da dança apaixonada, com os movimentos imperativos que se impõem e ganham vida própria.
O cheiro da mulher amada é único! Não se sente apenas; se bebe, se consome, se mastiga! Ele tem uma densidade própria, que desafia todos os sentidos, mostrando que somos tão complexos que só há unidade ali, onde os sentidos se perdem e se deixam perder…
Ah, esse, aliás, um dos mais poderosos sinetes do amor: o cheiro da mulher amada! O querer tanto sentir que dói, porque alimenta a alma, faz explosivo o coração e mostra, afinal, que quando amamos queremos levar em nós a essência do outro… Afinal, a essência é o cheiro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário