Lá estava a vida com as suas escolhas. Cá estamos nós, com as nossas possibilidades. E entre um e outro, entre a vida e quem somos, há os passos a serem dados, as opções a serem assumidas, o destino a nos bater a porta. Todos nós, indefectivelmente, vivemos isso. Todos nós, indefectivelmente, caminhamos em um universo de escolhas e possibilidades.
O que é a felicidade? O encontro certeiro com a nossa vocação, o transformar as possibilidades em realidade, o fazer as nossas escolhas segundo o nosso coração. A felicidade é um estado de refazer-se constante! É o resultado dos passos dados, dos caminhos percorridos, do suor despendido na lida sem fim.
Não pode ser feliz quem se trai; não pode ser feliz quem se nega a si mesmo no processo da vida. Porque faz de si uma farsante, um reflexo falso dos seus próprios sentimentos e sonhos.
Eu simplesmente admiro - sim, admiração! - quem se permite questionar. Quem põe em xeque as suas certezas e se deixa indagar sobre os seus próprios fundamentos. Perguntar-se é em si mesmo uma atitude corajosa. Quem sou?, que é para mim a vida?, como Deus se apresenta para mim?, quais as tradições que quero ou não seguir por razões tais ou quais?, quais caminhos devo percorrer?... O exercício sincero das perguntas que buscam respostas é a mais profunda experiência de si mesmo. Revela a grandeza maiúscula de quem se põe diante da vida com um vivente autêntico.
E o perguntar-se sinceramente permite sonhar quem tem a coragem linda, encantadora, de se refazer todos os dias à procura de si mesmo. Só quem se busca cresce; só que se olha a si mesmo com verdade se agiganta diante das escolhas e possibilidades. Só quem, afinal, tem a profundidade para se perguntar "quem sou nesse mundo que me cerca?" pode estar sempre à procura das constantes respostas que nos fazem crescer, buscar, amar, sonhar e... dar os passos para a construção de quem somos de fato.
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