sábado, 5 de setembro de 2009

Amor e sexo

Ontem eu assisti o novo programa da Globo: Amor e Sexo, apresentado por Fernanda Lima, que conta com a assistência da sexóloga Carmita Abdo. Fiquei impressionado com o seu conteúdo, que - como sempre ocorre em programas que tais - pratica uma moral de sinal trocado, se me for permitido dizer. Com receio de que a reta moral seja confundida com puro moralismo, os programas desse gênero tratam a sexualidade humana como sendo uma dimensão isolada e dissociada de qualquer limite: tem-se absoluto preconceito contra qualquer manifestação que possa parecer preconceito. Banaliza-se a sexualidade a pretexto de mostrar uma visão moderna, cabeça, livre de qualquer visão retrógrada ou ultrapassada.

André Marques, apresentador do programa Vídeo Show, manifestava-se sobre atos sexuais com desenvoltura, ganhando o prêmio de uma cesta de camisinhas com sabor de fruta, que ele dizia ser útil para as suas parceiras no sexo oral, porque para ele seria sem importância o sabor. Um telespectador, nitidamente angustiado com o fato de ter um filho homossexual, perguntou por telefone se não seria culpa da educação que dera, mais rigorosa e formal. A sexóloga afirma, então, que a homossexualidade tem natureza genética, não sendo uma doença. Em seguida, entra uma matéria sobre o preconceito com a homossexualidade, justamente para dizer ao pai angustiado que tudo era natural e que ele, sim. era apenas preconceituoso. E o cantor rubro-negro Léo Jaime arrematou: "Não teria problema se meu filho fosse homossexual; só levaria umas porradas se nacesse vascaíno".

Abdo afirmou como verdade peremptória o que apenas seria uma das possibilidades investigadas sobre a homossexualidade. E no programa inverteram o preconceito, agora contra os que têm dificuldades em aceitar que seus filhos sejam homossexuais. A culpa do pai que telefonou para o programa pedindo ajuda deve apenas ter aumentado...

Fico pensando nos filhos que não têm diálogo em casa, que não são humanizados através de uma educação consistente e ficam à mercê de programas como aquele, em que uma senhora de idade, como Carmita Abdo, aconselha às adolescentes a andarem com a sua própria camisinha porque nunca se sabe a hora do sexo, da necessidade (faze sexo e fazer coco teriam a mesma dimensão orgânica). Impressionante o estímulo ao sexo livre, sem compromissos e sem responsabilidade. E ainda criticam a posição firme da Igreja Católica contra essa ideologia perversa, que termina estimulando apenas uma sexualidade sem limites, sem amor e sem sentido.

Terminou o programa. O que dele ficou? Qual a sua mensagem final? Que um tapinha não dói?

Como um homem chegando perto dos 40, tenho a personalidade mais do que formada. Mas qual o efeito de um programa desses na cabeça dos adolescentes? Penso na minha época e vejo o estímulo que isso seria para a liberdade total nas baladas, para o sexo em quantidade (não em qualidade), para o vazio de sentimentos a que essa ideologia do pansexualismo nos leva.

O programa, afinal, não é sobre amor e sexo, mas sobre sexo e sexo. E a velha sexóloga talvez se sinta mais jovem sendo apenas permissiva, como aquela vovozinha que dá todo tipo de doces aos netinhos, porque afinal quem deve educar e dizer "não" são mesmo os pais.

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