domingo, 25 de julho de 2010

Massa: entre a honra e a desonra

Pode-se vencer sem honra; pode-se perder com honra. O terrível é perder abrindo mão da honra, por covardia.

Sou torcedor de Felipe Massa. Desde Senna que não acordava para ver a Fórmula 1 por causa de um brasileiro que julgo com talento para competir e vencer. Massa pode não ser o mais talentoso piloto da Fórmula 1 atual, mas é competitivo e perdeu o título de 2008 por um ponto, devido a erros da Ferrari.

O que não se aceita é submeter o povo brasileiro a outro espetáculo tétrico como o da corrida de hoje, na Alemanha. Massa pulou para a liderança na primeira volta e conduziu-se líder durante toda a prova, controlando as aproximações de Alonso, que não tinha como lhe ultrapassar. A equipe, então, manda-lhe a ordem antidesportiva para que ele permita a ultrapassagem do seu companheiro espanhol. E Massa, a contragosto, permite, não sem demonstrar que a ultrapassagem era um jogo sujo da Ferrari.

Um vitória sem méritos de Alonso, explicitada pela Fon, que cuida das imagens das corridas. Através de vários expediente, a transmissão televisiva mostrou que houve jogo sujo, desonesto, para que Alonso vencesse.

Sinceramente, se Felipe Massa se submeter a esse jogo sujo de equipe, melhor mudar para uma outra em que possa correr, como a Renault ou mesmo, no futuro, a RedBull.  Tem talento para mostrar o seu valor em qualquer outra, sem participar desse lamentável circo.

Massa perdeu, com desonra. Acovardou-se diante da ordem da equipe. Ninguém pode ser punido por vencer! Mas a história há de punir os que abriram mão da vitória por um contrato bem remunerado.

Barrichello levará para sempre essa mancha, porque sempre foi um bom piloto mas acomodou-se na posição de eterno escudo do piloto alemão. Irresignado, mas fazendo o papel de escudeiro, desistindo de competir. Ao ponto de ter de dizer, estupidamente, após uma das tantas corridas em que Schumacher venceu e levou antecipadamente um título, que o campeonato estaria começando agora para ele...

Alonso é um predador. Não tem ética desportiva, como já mostrou no passado ao litigar com Hamilton, além de se beneficiar de um jogo imundo de Flávio Briatore, na Renault. A questão a saber é: Massa será um bom menino? Será um tolo, que assumirá o ônus de ser um pateta na Ferrari?

Essa Fórmula 1 eu não assisto mais. É antidesportiva e cínica. Deixou de ser esporte para ser apenas um negócio descarado. Vamos ver a personalidade de Massa, se honrará ou não a sua história, o seu filho e os brasileiros.

Um comentário:

  1. Para um samurai do Japão feudal, a derrota era sinônimo de morte, de suicídio. Por outro lado, misericórdia do adversário era desrespeito. Só a morte poderia livrar o nome da família da desonra, pois continuar vivendo sem o bushido era o pior dos males. Hoje essa cultura é irracional, mas ainda pode-se aproveitar algo. Quando Massa perdeu e disse: "Não posso dizer que estou feliz da vida porque felicidade para mim seria a vitória", demonstrou que é uma pessoa sem sentido de vida, infeliz e que nada faz (nem fez e nem vai fazer, se assim continuar) para mudar. Essa é a personalidade dele. Pior ainda é a do Alonso, feliz da vida, agitando o champanhe da "vitória", mostra quanta honra ele tem para comemorar uma farsa. Concordo plenamente, essa Fórmula 1 eu não assisto mais.

    Kleiton Alves Ferreira

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