sábado, 10 de julho de 2010

Cazuza: uma homenagem

Cazuza foi um poeta da nossa geração. Faz vinte anos da sua morte, mas as suas músicas continuam fazendo sucesso, pela linguagem e ritmo. Morreu como viveu: fazendo da sua vida algo estrepitoso, transgressor, confuso. A sua complexidade é a complexidade nossa, do ser humano sempre sedento, à procura de respostas e mais respostas. As drogas, os shows alucinados, as relações problemáticas, tudo revelava em Cazuza essa sede de viver e essa ausência de sentido. As letras das suas músicas, a poesia, o romantismo inquieto, porém, marcavam um espírito de muitas tonalidades, cujo talento sobrepujava muitas vezes o embotamento da razão.

Cazuza foi um dos ídolos da minha geração. A expiação pública causada pela doença e a morte precoce dizem muito do seu temperamento e da sua personalidade. Mas não dizem tudo: as suas músicas falam ainda mais. Deixo aqui postada uma das suas poesias, que mostram o seu talento e como as palavras podem dizer muito, sem dizer tudo. E a imagem dele, alquebrado pela doença, também nos fala muito. Uma homenagem, então. Muito merecida. Mesmo não sendo fã de Cazuza, há músicas de que gosto muito, muito.

Ah, uma lembrança: nessa época aí do vídeo, o Cazuza esteve em Maceió. Estava muito mal, tendo muitas vezes depressão, reações fortes de raiva e revolta. Chegou a tirar a roupa em um show. Era o tempo do Festival de Verão aqui em Maceió, na praia da Pajuçara. É isso aí, a comprovação ad rem que estamos ficando velhos...


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