Havia uma linda árvore, que dava apenas um fruto. Ela era frondosa, tinha longas e firmes raízes, além de dar uma agradável sombra. Tratava-se de uma árvore cuja beleza chamava a atenção, diferente das demais árvores daquele jardim.
O fruto era saboroso, mas difícil de ser colhido. Tantas eram os seus galhos, os espinho que apareciam aqui e ali, que tornavam uma aventura colhê-lo. Era especial, sem dúvida, saboroso e raro aquele fruto. Mas tão difícil era alcançá-lo, que muitas vezes eles passavam do ponto, deixavam de ser saboreados, estragavam.
A vida é como aquela bela árvore. Tem frutos raros, cuja produção é limitada. Muitas vezes não conseguimos colhê-los porque não tivemos coragem de subir na enorme árvores, de superar os seus espinhos, de escalar os enormes galhos...
Não se colhe o fruto raro e saboroso sem a coragem da aventura, sem o desafio dos possíveis fracassos, sem a ousadia de alcançar o sonho, o sabor, aquilo que nos chama, nos comove, nos provoca.
Não é à toa que no Gêneses é a árvore da vida que dá o fruto proibido. Lá, a imagem aponta menos para o fruto e mais para o gesto: a sede do homem de ser como Deus, versado no bem e no mal. O centro da história bíblica é o orgulho do homem, o seu desejo de ombrear-se ao Criador. Aqui, na minha parábola, o centro é o fruto mesmo, como fim, produto, sonho, desejo.
Enfim, se queremos o fruto temos que lutar por ele. Temos que superar os espinhos. Temos que nos arriscar. Isso vale para a vida pessoal e profissional. O sucesso, é ambos os casos, não vem pelo acaso: é resultado da luta, das renúncias, do sofrimento, da escolhas. É resultado, qualquer felicidade, de um caminho percorrido; a felicidade, como o fruto daquela árvore, é sempre uma conquista, a chegada de um processo.
E o porquê dessas reflexões? Ora, porque correndo tanto, trabalhando tanto, lutando tanto, chego à conclusão que tudo vale a pena se damos aos esforços um sentido, uma razão de ser, algo valioso para além de nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário