sexta-feira, 26 de março de 2010

Ainda a questão da pedofilia e do celibato



Sob intensa pressão. Assim está o Papa Bento XVI. As críticas à omissão da Igreja sobre uma tomada de atitude mais enérgica contra os padres acusados de pedofilia pesam agora sobretudo contra o Cardeal Joseph Ratizenger. O The New York Time fez publicar matéria sobre uma suposta omissão do Cardeal quando ainda atuava como bispo na Alemanha (aqui):

"O caso do padre alemão, Peter Hullermann, ganhou nova relevância porque ocorreu na época em que Ratzinger, que posteriormente foi encarregado de lidar em nome do Vaticano com milhares de casos de abuso, estava em posição de encaminhar o padre para ser processado, ou pelo menos impedi-lo de voltar a ter contato com crianças. A Arquidiocese alemã reconheceu que “grandes erros” foram cometidos na forma de lidar com Hullermann, apesar de ter atribuído esses erros a pessoas subalternas de Ratzinger, e não ao próprio cardeal.
...

Bento era conhecido por lidar com os casos de abusos por padres no Vaticano antes de se tornar papa. Apesar de alguns terem criticado seu papel no tratamento desses casos ao longo das últimas duas décadas, ele também foi elogiado pelos defensores das vítimas por levar o assunto mais a sério, pedindo desculpas às vítimas americanas em 2008.

A passagem do futuro papa por Munique, na história mais ampla de sua vida, até agora era vista como apenas um degrau na escada para o Vaticano. Mas este período em sua carreira recentemente passou a sofrer grande escrutínio –particularmente seis semanas decisivas de dezembro de 1979 a fevereiro de 1980.


É preciso cautela. A crítica que se faz ao Papa em 2010 é por uma suposta omissão sua no final dos anos 70 e início dos anos 80, quando a questão da pedofilia não se apresentava como um endemia do mundo moderno, não apenas na intimidade da Igreja. Ali, o líder religioso estava diante de um caso específico, em que se tentava recuperar o religioso dos seus vícios primitivos para que ele pudesse continuar legitimamente no exercício do seu ministério. Julgar a atuação da Diocese de Munique com os critérios e olhos de hoje é uma violação à história e à honestidade intelectual, ainda mais quando se coloca o caso dentro de um largo quadro de casos existentes em outros países, como Dinamarca, Irlanda, Holanda e Estados Unidos.

A pedofilia, insista-se, nada tem a ver como o celibato ou a homossexualidade. Há heterossexuais casados que são pedófilos, muitos deles tendo por vítimas as suas próprias filhas. Há redes de prostituição infantil, de turismo sexual, em que a exploração das crianças e adolescentes é feita por homens heterossexuais casados. Quem não se lembra do famoso e terrível caso do austríaco Josef Fritzl, que manteve a sua filha presa em um porão por 24 anos, tendo abusado sexualmente dela desde a infância, chegando ao absurdo de gerar 6 filhos com ela em todo esse período, frutos da relação incestuosa?


Poderíamos apontar aqui, através de uma pesquisa simples no Google, inúmeros casos escabrosos depedofilia, com verdadeiras redes de prostituição infantil utilizadas por empresários, políticos e toda a sorte de gente.

A crítica que se faz ao Papa Bento XVI é interesseira: muitos buscam deteriorar a legitimidade moral da Igreja em um mundo perdido, sem referência, que encontra nela uma firme âncora para esta nau desgovernada, sobretudo em temas delicados como o aborto, a eutanásia, a bioética, o casamento homossexual...

Que os católicos rezem e continuem a defender a sua fé, que não advém de homens, mas de Nosso Senhor Jesus Cristo, pedra angular da sua Igreja e da nossa fé.

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