terça-feira, 1 de maio de 2012

FÓRMULA DO AMOR

Amar é intemporal e geograficamente ubíquo. O amor não tem tempo nem espaço; é energia vital, que doses cavalares toma não apenas o coração, mas cada poro do corpo e cada pedaço da alma.

O amor, assim, desafia as leis da física e dá um ultimato à razão pura kantiana. Nele tudo é já de antemão a priori, sem que se possa mais falar em depois. O amor é; como o ser, não admite definições, senão tautologias ocas.

Ama-se! Ama-se e, com isso, se deixa apoderar o coração, os pensamentos, o corpo, a alma. E o ser, assim amante, outra coisa mais não é que uma busca do ser amado, esse complemento que não completa, esse outro que, para ser amado, haverá de ser sempre outro, na sua individualidade, nas suas idiossincrasias.

No amor há fórmulas? Há quem diga que se ama de A a Z, assim, na completude e inteireza do ser. Mas uma outra fórmula possível é dizer que o amor é igual à soma da Luz, que tudo ilumina, e da Caridade, que nos faz abrir a alma ao outro, querer o bem, buscar a verdade e a felicidade do outro (A'= L + C).

Sim, Luz e Caridade é o amor verdadeiro. E, quando esse amor se converte no amor de homem e mulher, a fórmula ganha o elemento da sexualidade, da carne que nos revela não sermos anjos celestes, mas humanos para vivermos a nossa humanidade (A''= L + C + C).

A' é o amor ágape; A" é o amor eros. O Eros é o amor com ágape, acrescido de um "plus": o desejo sexual que pede a inteireza de alma e carne.

Eis aí uma fórmula para o amor...

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