domingo, 27 de maio de 2012

Breves e soltas

I.
Somos o somatório da imagem que fazem de nós ou a imagem que nós próprios fazemos? Ou nem uma coisa nem outra? Somos o que somos; quem diz de nós são os nossos pensamentos e as nossas ações. Somos a totalidade da nossa história e o ainda por fazer-se.

II.
Drummondiano: Não fosse eu consumido pela vida, os desafios nada me diziam. Nasci um anjo torto, com tantas faces mais que sete, e desde sempre propenso a ser "gauche" na vida.

III.
Iam as horas já lerdas, cansadas de si mesmas. E não podiam parar, porque o tempo, esse severo senhor, não lhes dá sossego. Deram-se conta, então, que viver é já e sempre cumprir o seu destino, mesmo quando pesado. E tic tac! Tic tac!

IV.
"Tu não és um homem sábio; tu tens sonhos e paixão. A paixão cega; os sonhos iludem", disse-me um sábio. "Que faço eu?" - perguntei à minha alma apequenada, pois o que me move são justamente os sonhos e as paixões. E fiquei com o dilema cruel: ser sábio ou ser feliz com as minhas buscas...

V.
O que pede o seu coração? Dá a ele a chance da expressão, para que o silêncio não lhe pode as batidas, não lhe atropele o gosto de pulsar a vida. Coração que não diz de si mesmo não pode cumprir a sua vocação de fazer o sangue correr nas artérias, irrigando até mesmo a alma.

VI.
E lá ia eu, cioso dos meus sentimentos, quando as palavras me encontraram e quiseram me despertar do sonho. Olhei para elas com as armas da ortografia, impus-lhes um ponto e vírgula e completei a oração. O que de mal havia virou uma proposição sem sentido, como as frases que ficam pedindo complemento. Por ponto e vírgula não acaba a oração; dá-lhe o instante de respiração e a chance do refazer-se no andar do discurso.

VII.
O amor é um rio caudaloso e profundo. Nada há que lhe sirva de óbice, tampouco lhe tolha a caminhada rumo ao seu destino. Suas águas são transparentes e fundas, até que se deixem misturar ao oceano e ganhe o tempero que lhe faltava.

VIII.
As palavras são veículos da expressão. Por elas, damos aos outros o que antes só habitava em nós. Elas dão sentido ao mundo, como as cores que fazem a tela ganhar vida e sentido.

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