sábado, 9 de abril de 2011

O Massacre de Realengo

Foi essa semana, no Colégio Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, Wellington Menezes de Oliveira, 23, matou crianças inocentes e, baleado, matou-se. Deixou uma carta, na qual não explica o seu gesto capital, apenas manifestando-se virgem e orientando como proceder com a sua sepultura, além da sua última vontade com relação a um bem imóvel.

Especialistas, autoridades, pessoas do povo, todos perplexos, buscam ou dão explicações sobre o que é simplesmente inexplicável. Se ele não disse em vida as razões pelas quais buscou a morte de inocentes crianças indefesas, tampouco deixou motivos para dar cabo da sua jovem vida.

O que de concreto podemos extrair desse massacre? Quais as lições que ele suscita? Honestamente, nenhuma! Estamos diante do impoderável, de uma mente doente, de desrazões, de um trágico acontecimento sem o mínimo sentido ou significação. Não tinha Wellington uma causa, uma bandeira, uma justificativa. Queria morrer. Mas queria ir embora deixando a sua marca, saindo do palco da vida com estardalhaço.

Talvez algum cretino queira atribuir à religião essa loucura. O fundamentalismo, seja qual for, é sempre uma praga, seja religioso, moral, político, ideológico. Mas nem as possíveis (des)razões religiosas foram por ele expostas.

Na verdade, estamos diante daquilo que os ocidentais, desde o iluminismo, detestam: o mistério. Sim, aquela dimensão humana cuja razão não tem como se ocupar e dar respostas sensatas. O mistério do mal, que fratura a nossa humanidade e torna a razão pequena demais para dar conta.

Bem, estamos todos perplexos. Impactados. E certos que, sim, vivemos um dia de cão, de uma fúria humana incontrolável e inexplicável. O mal existe, sim. E nós o encontramos hoje, sem piedade sequer da inocência.

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