segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Chávez questionado

Há um cheiro de queimado na Venezuela... e não é o petróleo da PDVSA. O ditador bolivariano começa a perder apoios significativos, inclusive dentro de círculos em que era o líder inconteste. O regime parece começar a ter fissuras imensas, justamente porque Chávez está frágil aonde era imbatível: as camadas mais pobres da população já não têm ilusão sobre a mudança da qualidade de vida. O que antes era a promessa de repartição do bolo advindo do petróleo, hoje há apenas a universalização da pobreza: todos são iguais na falta de água, de energia e de acesso a gêneros alimentícios.
Chávez começa a ser questionado não apenas pela oposição histórica ao regime, mas pelos órfãos das suas promessas não cumpridas. Neste ritmo de evidente estagnação econômica do país, poderá alguém dizer a ele como Clinton a Bush: "É a economia, estúpido!".

EFE

Ex-aliados de Chávez pedem renúncia do presidente

Seg, 01 Fev, 01h55

Caracas, 1 fev (EFE).- Um grupo de ex-aliados do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, integrado por antigos ministros, militares e congressistas, pediu a renúncia do líder após sustentar que tudo o que defendeu para chegar ao poder em 1999 "hoje o ilegitima".

Chávez "não tem autoridade moral e material para governar, pois não responde à satisfação das exigências do povo", diz o texto dos ex-aliados publicado hoje em vários jornais.

Os ex-chavistas, entre os quais se destaca o ex-chanceler Luis Alfonso D'Ávila, o ex-chefe militar e ministro da Defesa Raúl Baduel e os ex-altos comandantes militares Yoel Acosta e Jesús Urdaneta, que apoiaram a tentativa de golpe de Chávez em 4 de fevereiro de 1992, assinam o texto do chamado Pólo Constitucional, ao qual pertencem.

Entre os argumentos que Chávez utilizou para chegar ao poder, destaca-se o projeto bolivariano e a luta contra a insegurança pessoal e jurídica, a pobreza, a corrupção e outros assuntos, ressaltou o Pólo Constitucional.

Após uma década de Governo, "a pobreza se aprofunda", os serviços públicos "são um caos", a economia "vive uma de suas crises mais profundas apesar da abundância petrolífera" e a corrupção, "que constitui o estigma moral de um Governo e foi bandeira de sua proposta política, tem hoje o enriquecimento ilícito mais obsceno já visto no país".

"Funcionários, familiares e personagens conhecidos como os 'boliburgueses' (burgueses bolivarianos) saquearam administrações, ministérios, Prefeituras, empresas do Estado", assegura o texto opositor.

Sobre iniciativas legais contra jornalistas e meios de comunicação, o Pólo Constitucional manifesta que "corroboram a violação descarada e permanente dos direitos humanos (...), o que, combinado à arbitrariedade, à maneira sistemática e à irresponsabilidade, reforçam, além disso, sua ilegitimidade de desempenho" presidencial.

Chávez disse neste domingo em seu programa dominical de rádio e televisão "Alô Presidente" e em seu artigo semanal "As linhas de Chávez" que observou nas manifestações contra ele nos últimos dias "o mesmo formato de violência" de abril de 2002, quando foi derrubado durante dois dias. EFE

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