terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal!

Poucas cenas revelam de modo tão dramático e ao mesmo tempo poético o projeto salvífico de Cristo do que aquela construída por Mel Gibson no filme a Paixão de Cristo. Ele nasceu desde o princípio como contradição: sendo Deus, fez-se homem; sendo homem, fez-se pobre; sendo pobre, fez-se humilhado ao nascer em uma estribaria. Esvaziou-se como Deus; esvaziou-se como homem.

Bento XVI adverte que o Natal não é um conto para crianças. Não se trata de aflorar um espírito de natal flor de laranja, mas de refletir sobre o nosso drama humano e a esperança que brota do amor de Deus, na figura daquele menino frágil deitado na manjedoura: “Hoje, como nos tempos de Jesus, o Natal não é um conto para crianças, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da paz verdadeira”, afirma o nosso Papa.

O espírito de natal, citado por muitos, é aquele sentimento difuso, uma saudade não clara da pátria trinitária, escondida sob tantas formas e razões. É uma melancolia de algo que não se sabe o que; é uma felicidade com exceções reservadas, com medos escondidos, às portas de um precipício e de um enorme vazio. Por isso, nos atolamos em presentes, em confraternizações muitas vezes sem significado. E o universo humano pede sempre o sentido das coisas. O que nos move são as finalidades...

O sentido da nossa alegria no Natal - é assim para os cristãos - é o nascimento da criança, da esperança que ela inspira, da certeza inarredável do amor de Deus. É a certeza que somos pobres, limitados, frágeis, mas também de que tudo se dispersa na fortaleza que ele nos traz: o menino nasceu! A Esperança está entre nós! O Amor vive! Ele refaz a crianção e a redime para o Pai. O Natal é momento de algria por isso: renascemos com aquela criança, podemos recomeçar com a certeza de que ela nos ama tanto que veio a nós nos lavar com as suas lágrimas no parto e nos iluminar com o seu sorriso ao ser amamentado no seio da mãe.

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