domingo, 18 de agosto de 2013

Trabalho duro!

Passo horas lendo, refletindo, debulhando livros. Porque para ser o melhor que posso ser é preciso muito TRABALHO DURO. O objetivo não é ser melhor do que os outros; é ser o meu melhor, o resultado dos meus esforços. Horas no silêncio. Horas sabendo que o mundo lá fora corre alucinadamente, enquanto eu estou aqui, sentado, os livros abertos...

Quantas vezes tenho a sensação de que estou perdendo tempo... Não raras vezes me vem uma ansiedade, uma vontade de estar na rua, de travar relações com as pessoas, de estar correndo o tempo todo como elas. Mas paro. Concentro-me. Há ainda muito TRABALHO DURO pela frente. Os livros densos fazem com que os leia página por página, linha por linha, sorvendo cada palavra como fossem o sumo da laranja que chupamos com sede ingente.

E a leitura mistura-se com a comparação com outros textos; articulamos ideias contrárias, pesamos os argumentos, caminhamos no meio de um sentido ou de outro e logo alcançamos uma nova forma de ver e um momento de suprassumir o que lá estava e se pôs para mim.

(Parêntese: Dizia Hegel na Fenomenologia do Espírito: "O suprassumir ('aufheben') apresenta essa dupla significação verdadeira que vimos no negativo: é ao mesmo tempo um negar e um conservar. O nada, como nada disto, conserva a imediatez e é, ele próprio, sensível; porém é uma imediatez universal” (FE, p. 84, §113)").

TRABALHO DURO! Não há outro meio para o sucesso em qualquer área. Dedicação, esforço, empenho, coragem, paciência, perseverança, fé...

Muitas vezes as pessoas perguntam: "Para quê isso?, por que tanto esforço?, por que razão tantas horas lendo?, por que investir tanto em livros?". Perguntam como a dizer: "Você está perdendo tempo!". Sim, as pessoas teimam em adjudicar aos nossos esforços a pecha de inutilidade, de excesso, de falta de senso. Por quê? Porque incomodamos. Saber o que se quer, saber para onde se vai simplesmente incomoda.

Quantas vezes fui e sou tachado de arrogante, de orgulhoso, de pedante, de vaidoso? As pessoas rotulam o esforço, a perseverança. Em um mundo sem convicção, em que tudo é nada e nada é tudo, ter posição incomoda muito. É, pois, preciso ter coragem para ser o melhor que podemos ser. Ouvir menos os "conselhos" e as críticas alheias e estar mais atento ao desafio que se quer alcançar. E mui, muito TRABALHO DURO.

Sugiro que assistam o vídeo abaixo. Vale a pena.

Ser grande

Nada mais humano do que as nossas limitações ou os nossos erros. Às vezes - por cupidez, orgulho ou vaidade - deixamos de fazer uma análise de quem somos, o reconhecimento sincero das nossas limitações e, não menos importante, as nossas virtudes.

Sim, uma boa autoanálise implica a compreensão do que temos de melhor e de pior; o que é a nossa fortaleza e quais são as nossas fragilidades; o que podemos crescer e o que já sabemos de antemão, não como desculpa mas com senso de realidade, o que está além de nós. À boca cheia ou à boca miúda, deixem que falem de nós. Convém por vezes escutar, se a é séria e quer o nosso crescimento. Porém não devemos pautar as nossas ações ou os nossos empreendimentos a partir das opiniões alheias, que mais das vezes nada mais são que um olhar invejoso ou rancoroso, decorrente das suas próprias frustrações ou limitações.

Quem quiser ser grande, saiba-se sempre pronto a aprender, a ouvir e a defender com unhas e dentes as suas próprias convicções bem fundadas. Que não defendamos as nossas posições quando fundadas em base frágil, apenas por orgulho ou falta de humildade. Reconhecer o erro, rever a compreensão sobre um determinado tema, não é prova de incompetência nem de fragilidade; apenas os grandes conseguem mudar quando a mudança de pensamento é o razoável ou o correto, não para agradar a terceiros, mas por compromisso com a verdade e consigo mesmo. Sejamos simples. Simplicidade não é ausência de profundidade, porém. Simplicidade é ser profundo sem ornamentos ou arrivismos. É ter posição porque meditou sobre o tema, sem encapelações, mas com o desejo sincero de aprender e compreender.

Os sábios são simples e profundos no pensar; o hermetismo no mais da vez esconde a fragilidade do pensamento e frágil honestidade intelectual do pensador. Por fim, saibamos que a vida é um dom e merece ser cuidada, levada a sério. É na vida que a nossa experiência se dá, que somos o que somos e podemos ser melhores a cada dia como pessoas. Levemos a sério, mas sabendo sorrir, brincar e, de quando em vez, deixar estar. Assim, saborearemos a aventura que somos nós.

Breves e soltas (VII)

I.
Diante das frustrações que a vida a cotio nos oferece, diante das dores, não se espera que haja platitude, porém a capacidade de se reerguer, de encontrar em si mesmo a força para a busca da felicidade.

II.
A felicidade não é um estado contínuo; é, na verdade, momentos de pequenas realizações. A felicidade definitiva apenas se obtém no encontro com Deus face a face. Do mesmo modo, não há dor definitiva que não possa ser superada.

III.
"Infelizmente, por tais e tais razões acabou" é uma frase muito mais difícil do que dizer "eu te amo!" É que o começo é movido pela esperança; o fim, todo fim, é sempre uma história que se consumou ainda inacabada e que se encerra sem que haja amanhã possível.

IV.
Os mandatos eletivos perderam legitimidade. O vazio de representatividade levou a população às ruas sem que houvesse uma pauta. Havia sobretudo um sentimento difuso pedindo mudanças. Os sindicatos e partidos que desejam tomar para si a legítima manifestação livre do povo são enganadores. Tentam manipular a expressão livre daquele sentimento difuso e genuíno.

V.
As associações de classe representam apenas a classe. São, na essência, corporativistas, têm espírito de corpo. No debate público sua legitimidade repousa justamente na sua parcialidade; não defendem outro interesse que não o privado da corporação que representam.

VI.
A sanção de aposentadoria compulsória é a adoção das férias remuneradas pelos malfeitos reconhecidos e transitados em julgado.

VII.
O Ministério Público é fundamental para a democracia e deve ser fortalecido, devendo ser mantido o seu poder investigativo, obviamente observados os marcos fixados na Constituição Federal.

VIII.
Na República não há poderes ou órgãos acima do bloco da legalidade ou dos princípios e normas constitucionais. O controle social deve ser estimulado, diminuindo o corporativismo que protege maus agentes públicos investidos em carreiras de Estado.

IX.
É fundamental ampliar os poderes do Conselho Nacional do Ministério Público, retirando do Corregedor-Geral o poder de dar a última palavra sobre o arquivamento de processos disciplinares. Essa deve ser uma atribuição do pleno, com maior representatividade e menos influenciado pelo corporativismo. O Conselho Nacional de Justiça está bem mais à frente nesse ponto e merece aplausos.

X.
Na República, os que ocupam carreira de Estado ou cargos públicos em geral devem ter prerrogativas, mas não devem ter privilégios. Essa é a lição que vem das ruas.

Destino


O destino é a desculpa que inventamos para o sucesso fácil ou para as nossas impotências. O fracasso, a incompetência, as impossibilidades, a covardia ou o medo não são destino nem sina: são realidades que nós mesmo criamos ou circunstâncias naturais da vida. Destino não se traça na maternidade; destino se constrói com as próprias mãos quando se acredita que, sim, nós podemos; sim, haveremos de lutar por nossos sonhos.

Todos os dias, ao acordar, devemos sempre dizer: "Mais um dia para eu construir o meu destino!".

Breves e soltas (VI)

 I.
 Há decisões pessoais dolorosas que às vezes temos que tomar. Não raro o levar adiante indefinidamente certas situações da vida, mesmo que seja com a melhor das intenções, só retardará sofrimentos e dores que podem ser superadas mais rapidamente quando não há postergações.

 II.
 A verdade é sempre o melhor fundamento para as decisões. Quem se engana nas razões errará, com toda a certeza, nas conclusões.

III. 
Nem sempre o "é para sempre" sincero se converterá no "é para sempre" real. Entre a crença e a realidade, por vezes bastas, aparece um fosso intransponível de novas razões. 

IV. 
A dor do outro, que se quer bem, quando somos a sua causa, é dor sentida duplamente. Sobretudo se não somos insensíveis ou insinceros. 

V.
Diante da vida há que se ter coragem. Viver intensamente, agir com toda a verdade do seu ser, errar querendo acertar, corrigir depois de errar. A vida é para quem tem coragem e vontade de desafiá-la. 

VI. 
O sentido da vida não está no outro. Está em nós. Ninguém, por mais importante que seja, é o sentido da vida de alguém ou a razão última da felicidade. Somos nós mesmos os construtores da nossa história e do nosso futuro. 

VII.
A frase "eu não sei viver sem você!" é uma negação de si mesmo. Viver é uma aventura da realização do eu. Por mais importante que alguém seja na sua vida, não será nunca a última razão do seu viver, da sua busca pela autorrealização. 

VIII. 
Há quem se satisfaça com a infelicidade ou a dor do outro. Há quem se realize com o insucesso alheio e sinta um estranho prazer em dizer "eu não lhe disse!?). São pessoas de coração amargo, que não se realizam consigo mesmo. Seu prazer está na infelicidade alheia.

IX. 
Nem sempre a vida é uma estrada reta, sem percalços. Aliás, quase nunca é. Por isso, é curial ser indulgente com as suas intercorrências, se comprazer com os desatinos, buscando sinceramente acertar ou corrigir os erros. Só quem não vive a sua história não errou ou não se arrependeu. 

X. 
Não tenho todas as respostas. As perguntas sempre pululam em mim. Se não sei responder, dou passos em frente, sempre querendo aprender. Dos meus erros, cuido eu. Se firo alguém, peço desculpas. Sou sinceramente um caminhante buscando a trilha correta. 

XI.
Sê complacente. Nem tudo é absolutamente certo ou errado. A vida tem matizes que permitem interpretações diversas. Sê, então, humilde.