sexta-feira, 16 de março de 2012

Precisado

Estou precisado de você, como a terra que beberica a água da chuva; o dia, nascente apenas com raios do sol; o papel de caderno, pedinte da tinta da caneta que lhe dê razão de ser...

Estou precisado de você, como fosse inteiramente dominado pela sua energia, pela sua fé em você mesma, pela reconquista do seu coração e dos caminhos próprios da vida.

Estou precisado do seu sorriso, da sua voz, do olhar de carinho e do abraço que virá, a cada momento, nos fazer mais e mais integrados na vida, nos sonhos e nas buscas.

Estou precisado do toque das suas mãos femininas, do seu cheiro, do gosto tão único e tão desejado. E precisado, carente sou, por mais que queira, quero mais e mais e mais, assim, como querem as crianças o doce mais desejado, até a última mordida, já com mãos e boca suja do sabor.

Estou precisado, enfim, porque precisado sou do que me faz querer sonhar a realidade vivida, o sentimento que já é alma e quer ser sempre e sempre carne, porque somos anjos, mas não apenas isso, por certo. Habita em nós a nossa humanidade, o bicho que somos e nos traga.

Estou precisado de tudo quanto podemos ser - e somos! - e do que podemos ter, passo a passo, na construção de vidas que se querem vividas intensa e inteiramente.

Precisado a não mais poder, então, como somos diante do que se revela tão presente e tão enraizado em nossa estrutura.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Há tempo para tudo na vida. Tempo de esperar, tempo de decidir, tempo de agir, tempo de amar... Só não há tempo de perder tempo. O tempo que se perde é a vida não vivida, o sonho não sonhado, a felicidade abdicada.

O tempo não é inimigo. É apenas uma verdade. A verdade do que vivemos ou a verdade do que nos negamos a viver por comodismo.


Como diz o poeta Oswaldo Montenegro, em uma de suas músicas, "eu quero ser feliz a
gora!". O "agora" é a calibração do tempo. Não quero postergar, não quero deixar para amanhã, não quero simplesmente dar de ombros, como se houvesse um dia sequer em que pudesse abrir mão de ser feliz.

E ser feliz nada mais é do que dar passos para a honesta autorrealização. Passos para o que grita em nossa alma, para a essência que somos. Passos para o destino que nos chama, proclamando ao nosso coração: "Vem!".

O tempo, então, é o ladrilho que faz o nosso caminho. É o piso que diz dos nossos passos ou da nossa paralisia. E sendo o eixo aonde a vida se dá, poderá ser nosso aliado ou nosso inquisidor. Ele nos mostrará o quanto percorremos ou, tristemente, o quanto simplesmente ficamos ali estacionados, como se tudo passasse por nós e estivéssemos em um ponto morto dominado pelo medo e pelo comodismo amargo.

Tempo, tempo, tempo, tempo...