quarta-feira, 5 de maio de 2010

Contrários

Estou em Brasília para fazer uma palestra. Paula veio me acompanhando. Daqui, sigo para fazer uma palestra em Campina Grande. Tem sido muito corrido esse período, com muitas viagens e uma série de convites pendentes. Nem sei se terei condições de atender a todos. Farei o possível. Esse intercâmbio é importante, porque posso ir consolidando algumas das minhas reflexões sobre o Direito Eleitoral.

Amanhã haverá debates. O tema não é da minha predileção, mas como tenho uma posição diferente do senso comum, fui instando a discutir financiamento de campanhas eleitorais, tendo como debatedor o Procurador Regional Eleitoral de São Paulo. Será interessante, sem dúvida.

Enquanto leio aqui as Resoluções do TSE, o Flamengo vai se classificando sobre o Corinthians. Espero que termine o jogo assim.

Estava ouvindo uma linda música do Pe. Fábio de Melo, cantada em dueto com André Leonno. Compartilho com vocês. É uma música que fala sobre vitórias e derrotas, sobre a esperança a partir das adversidades. É uma poesia a letra, que fala de sentimentos contrários, mas sobretudo sobre a riqueza do amor.

Fica a música e a letra de presente, enquanto estudo aqui e torço pelo Flamengo. Ah, apesar da campanha desagradável do Dindo (Aldemar), a Maria Eduarda é convictamente torcedora do Flamengo. E o que é maravilhoso, sem nenhuma indução do pai, sem lavagem cerebral, enfim. Basta sair um gol, seja de que time for, ela já grita "Gol! Flamengo!". Essa menina sabe tudo de futebol...



Só quem já provou a dor
Quem sofreu, se amargurou
Viu a cruz e a vida em tons reais
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
Precisou saber recomeçar

Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota o motivo para lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer

Que o verso tem reverso
Que o direito tem avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E que o ódio é uma forma tão estranha de amar

Que o perto tem distâncias
Que esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema solução
E que o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando brilha alguma luz.

Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar
Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar

Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer

2 comentários:

  1. Soares:

    Essa música é linda mesmo.

    Aliás, foi o pano de fundo de um – arrisco dizer – poema que fiz para minha amadíssima avó-mãe, quando de um mês do falecimento dela.

    Na época até postei no Tudo na Hora, contrariando, excepcionalmente, a lógica perfeita de Mario (sem acento mesmo) Quintana: "Se você quer me amar, me ame bem baixinho, não assuste os passarinhos".

    Quanto à Madu, você aliciou a menina para torcer pelo (timinho) Flamengo, rapaz. Que o MP não tenha piedade do amigo.

    Boas palestras!

    Por ora é isso. Abraço do YB

    ResponderExcluir
  2. Que legal. É incrível como o mundo mágico de uma criança funciona. Lendo o post, lembrei que me tornei torcedor do Botafogo em 1992, justamente quando o melhor time do brasileirão daquele ano perdeu para o Flamengo. Eu tinha nove anos e na segunda partida o Botafogo empatava 2x2. Aquele empate me dava um conforto imenso, pois eu não fazia idéia de que o Botafogo precisava de mais 3 gols para vencer o campeonato. No final da partida vi meu pai chorando e perguntei: pai, foi empate, pq vc está chorando? Ele disse: quando vc crescer vc vai entender. Continuei botafoguense até hoje, mas era melhor continuar sem entender. Ah como era bom aquele tempo.

    ResponderExcluir